sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

Bloco, troça, urso, maracatu... Saiba quem é quem no carnaval de PE

Katherine Coutinho Do G1 PE

Falar em carnaval faz a maioria das pessoas pensar logo em escola de samba, bloco de rua ou trios elétricos. Em Pernambuco, o carnaval é marcado também pelos clubes de frevo, troças, blocos líricos, clubes de boneco, ursos, bois, maracatus, que pode ser de baque solto ou de baque virado, e tantas outras manifestações. São tantas modalidades que algumas pessoas até se confundem. Afinal, qual a diferença entre tribo de índio e caboclinho? E entre os diferentes maracatus?
Até mesmo a população pernambucana se confunde. “A gente fez uma cartilha para auxiliar o folião e os turistas”, conta Mario Ribeiro, pesquisador de cultura da Casa do Carnaval do Recife. As diferenças não são difíceis, basta ter um pouco de atenção. “O carnaval pernambucano é muito visual. Os caboclinhos têm as fantasias cheias de penas, grandiosas, enquanto as tribos de índios são mais simples”, explica o pesquisador Paulinho Mafe, também da Casa do Carnaval.
Outra dica são os horários em que as agremiações desfilam. “Troças, bois e ursos desfilam durante o dia, no máximo até as 19h”, avisa Mafe. Confira o guia que o G1 preparou para você não se perder na folia de ritmos e cores do carnaval pernambucano.


Galo da Madrugada é um dos mais tradicionais clubes de frevo. (Foto: Divulgação / Prefeitura do Recife)Galo da Madrugada reúne milhares de pessoas.

Clube de frevo
Os primeiros clubes de frevo surgiram no final do século 18, com as comemorações festivas realizadas pelos grupos de trabalhadores urbanos, geralmente da mesma profissão. Cada clube costuma ter o seu próprio repertório, levando para a avenida uma orquestra composta por saxofones, clarinetes, pistões, trombones, tubas, taróis, surdos e bombardinos. A musica é sempre o tradicional frevo de rua.
Os clubes se apresentam, geralmente, com faixa ou abre-alas, diretoria, balizas-puxantes, damas-de- frente, destaques, cordões, porta-estandarte vestidos à Luiz XV, passistas, orquestra e, em alguns casos, carros alegóricos. O Clube de Máscaras Galo da Madrugada, que sai no sábado de Zé Pereira pelas ruas do Recife, é um dos mais conhecidos. Entres os clubes mais tradicionais estão Lenhadores e o Vassourinhas de Olinda.                                                                        

                                                                            
Pitombeira dos Quatro Cantos (Foto: Divulgação / Prefeitura de Olinda)
T.C. Pitombeira dos Quatro Cantos
(Foto: Divulgação / Prefeitura de Olinda)

Troça
As troças carnavalescas são originalmente pequenas agremiações que se parecem com os clubes de frevo, mas costumam ser menores e mais simples. Saem pela manhã ou à tarde, tendo o improviso, a descontração e a irreverência como marcas. A palavra “troça” vem do verbo “troçar” que significa “ridicularizar”, “escarnecer”, “zombar de”. O surgimento de uma troça está quase sempre ligado a uma história pitoresca, uma brincadeira nascida de uma reunião entre amigos. O termo “mista”, originalmente, significa que é formada por homens e mulheres.
Na rua, a organização de uma troça no momento de sua apresentação obedece à seguinte seqüência: a diretoria, seguindo-se da comissão de frente, cordões, damas, passistas, fantasias de destaques, porta-estandarte e uma orquestra de metais, que encerra o desfile. Entre as mais antigas e tradicionais ainda em atividade estão T.C.M. (Troça Carnavalesca Mista) Cachorro do Homem do Miúdo, T.C.M Tô Chegando Agora; T.C. A Mãe é Minha ; T.C.M Quem Fala de Nós Não Sabe o Que Diz, T.C. Pitombeira dos Quatro Cantos e Grêmio Lítero Recreativo Cultural Misto Carnavalesco Eu Acho É Pouco. O Elefante, de Olinda, apesar de se parecer mais com um clube de frevo, mantém o nome de Troça Carnavalesca, devido às suas origens.



08/01/2012 17h10 - Atualizado em 10/01/2012 08h40

Bloco, troça, urso, maracatu... Saiba quem é quem no carnaval de PE

Ruas são tomadas por bois, clubes, caboclinho e outras manifestações.
Katherine Coutinho Do G1 PE

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Falar em carnaval faz a maioria das pessoas pensar logo em escola de samba, bloco de rua ou trios elétricos. Em Pernambuco, o carnaval é marcado também pelos clubes de frevo, troças, blocos líricos, clubes de boneco, ursos, bois, maracatus, que pode ser de baque solto ou de baque virado, e tantas outras manifestações. São tantas modalidades que algumas pessoas até se confundem. Afinal, qual a diferença entre tribo de índio e caboclinho? E entre os diferentes maracatus?
Até mesmo a população pernambucana se confunde. “A gente fez uma cartilha para auxiliar o folião e os turistas”, conta Mario Ribeiro, pesquisador de cultura da Casa do Carnaval do Recife. As diferenças não são difíceis, basta ter um pouco de atenção. “O carnaval pernambucano é muito visual. Os caboclinhos têm as fantasias cheias de penas, grandiosas, enquanto as tribos de índios são mais simples”, explica o pesquisador Paulinho Mafe, também da Casa do Carnaval.
Outra dica são os horários em que as agremiações desfilam. “Troças, bois e ursos desfilam durante o dia, no máximo até as 19h”, avisa Mafe. Confira o guia que o G1 preparou para você não se perder na folia de ritmos e cores do carnaval pernambucano.
Galo da Madrugada é um dos mais tradicionais clubes de frevo. (Foto: Divulgação / Prefeitura do Recife)Galo da Madrugada reúne milhares de pessoas.
(Foto: Divulgação / Prefeitura do Recife)
Clube de frevo
Os primeiros clubes de frevo surgiram no final do século 18, com as comemorações festivas realizadas pelos grupos de trabalhadores urbanos, geralmente da mesma profissão. Cada clube costuma ter o seu próprio repertório, levando para a avenida uma orquestra composta por saxofones, clarinetes, pistões, trombones, tubas, taróis, surdos e bombardinos. A musica é sempre o tradicional frevo de rua.
Os clubes se apresentam, geralmente, com faixa ou abre-alas, diretoria, balizas-puxantes, damas-de- frente, destaques, cordões, porta-estandarte vestidos à Luiz XV, passistas, orquestra e, em alguns casos, carros alegóricos. O Clube de Máscaras Galo da Madrugada, que sai no sábado de Zé Pereira pelas ruas do Recife, é um dos mais conhecidos. Entres os clubes mais tradicionais estão Lenhadores e o Vassourinhas de Olinda.
Pitombeira dos Quatro Cantos (Foto: Divulgação / Prefeitura de Olinda)T.C. Pitombeira dos Quatro Cantos
(Foto: Divulgação / Prefeitura de Olinda)
Troça
As troças carnavalescas são originalmente pequenas agremiações que se parecem com os clubes de frevo, mas costumam ser menores e mais simples. Saem pela manhã ou à tarde, tendo o improviso, a descontração e a irreverência como marcas. A palavra “troça” vem do verbo “troçar” que significa “ridicularizar”, “escarnecer”, “zombar de”. O surgimento de uma troça está quase sempre ligado a uma história pitoresca, uma brincadeira nascida de uma reunião entre amigos. O termo “mista”, originalmente, significa que é formada por homens e mulheres.
Na rua, a organização de uma troça no momento de sua apresentação obedece à seguinte seqüência: a diretoria, seguindo-se da comissão de frente, cordões, damas, passistas, fantasias de destaques, porta-estandarte e uma orquestra de metais, que encerra o desfile. Entre as mais antigas e tradicionais ainda em atividade estão T.C.M. (Troça Carnavalesca Mista) Cachorro do Homem do Miúdo, T.C.M Tô Chegando Agora; T.C. A Mãe é Minha ; T.C.M Quem Fala de Nós Não Sabe o Que Diz, T.C. Pitombeira dos Quatro Cantos e Grêmio Lítero Recreativo Cultural Misto Carnavalesco Eu Acho É Pouco. O Elefante, de Olinda, apesar de se parecer mais com um clube de frevo, mantém o nome de Troça Carnavalesca, devido às suas origens.
Confete e Serpetina (Foto: Divulgação / Prefeitura do Recife)Confete e Serpetina.
(Foto: Divulgação / Prefeitura do Recife)
Bloco de Pau e Corda
São também conhecidos como blocos líricos. O nome Pau e Corda é uma referência à orquestra que acompanha o bloco. Os encontros organizados pelos blocos líricos para ensaiarem suas marchas são comumente conhecidos como acertos de marchas. Diferentemente da maioria das agremiações carnavalescas que tem o estandarte como abre-alas, no Bloco de Pau e Corda, o desfile é aberto pelo flabelo, alegoria de mão que traz o nome, a data de fundação e o símbolo da agremiação.
Na rua, desfilam obedecendo a uma estrutura rígida, com o flabelo à frente, a diretoria (fantasiadas, geralmente, de acordo com o tema ou com as cores do bloco), as damas de frente; seguindo-se das fantasias de destaque, os abajures e os cordões. Para fechar, vem o coral de vozes feminina, cantando canções que quase sempre evocam antigos carnavais e prestam homenagens a ícones da cultura pernambucana, e a orquestra de pau e corda. Entre os mais conhecidos estão o Bloco da Saudade, o Bloco das Flores, Flor da Lira do Recife, Madeira do Rosarinho e Batutas de São José.
O Homem da Meia-noite (Foto: Divulgação / Prefeitura de Olinda)O Homem da Meia-noite.
(Foto: Divulgação / Prefeitura de Olinda)
Clube de boneco
A tradição dos bonecos gigantes é mais comum em Olinda, onde acontece a “Corrida dos Bonecos Gigantes” e também o encontro mais tradicional. Ao contrário dos clubes, blocos e troças que possuem estandartes, a figura alegórica é o boneco, que pode ser feito em papel machê, fibra ou tecido e costuma pesar cerca de 35 quilos. Alguns chegam a ter mais de 3,5 metros.
Em alguns clubes, os bonecos são considerados ‘calungas’ pelos carnavalescos, carregados de um forte fundamento religioso. Por isso, os que carregam os bonecos passam por diversos cuidados espirituais. O mais conhecido clube de boneco é o do calunga Homem da Meia-Noite, que completa 80 anos em 2012. A Mulher do Dia e o Comelão também são bonecos tradicionais do carnaval pernambucano.
Os grupos de caboclinhos se destacam pelos cocares de pena e preacas. (Foto: Acervo Casa do Carnaval)Os grupos de caboclinhos se destacam pelos
cocares de pena. (Foto: Acervo Casa do Carnaval)
Caboclinhos
Grupo formado por homens e mulheres, trajando cocares de penas de avestruz e pavão, com saias também de penas. Trazem adereços nos braços, tornozelos e colares, também em penas. Desfilam em duas filas fazendo evoluções das mais ricas ao som dos estalidos secos das preacas (espécie de arco e flecha), abaixando-se e levantando-se com agilidade, como se tivessem molas nas pernas, ao mesmo tempo que rodopiam apoiando-se nas pontas dos pés e calcanhares.
O grupo formado pelo cacique, mãe-da-tribo, pajé, matruá, capitão, tenente, porta-estandarte, perós (meninos e meninas), caboclos-de-baque, cordão de caboclos e cordão de caboclas, os músicos geralmente são em número de quatro. O conjunto é formado pela inúbia (um pequeno flautim de taquara), caracaxás ou mineiros, tarol e surdo. São parecidos com as Tribos de Índios, mas se destacam pelas roupas e cocares que chamam mais a atenção. Entre os grupos mais conhecidos estão os Caboclinhos Canindés, Carijós , Taperaguases, Caboclo Tupy, Caboclinhos Tabajaras e Tapirapés.
Tribos de índio tem figurino mais simples. (Foto: Acervo: Casa do Carnaval)Tribos de índio têm figurino mais simples.
(Foto: Acervo Casa do Carnaval)
Tribo de índio
É um folguedo originário da Paraíba e que hoje alcança um grande número de simpatizantes no carnaval do Recife. Nas Tribos de Índios, os organizadores são denominados mestres e quase sempre são seguidores de cultos indígenas como a Pajelança, sendo da linha do Catimbó, dão um toque místico ao folguedo onde, segundo eles, desfilam por vezes "atuados" (incorporados) pelos espíritos dos caboclos.
Dispostos em duas filas, com índias de um lado e índios do outro, as primeiras portando machadinhas e os segundos portando pequenas lanças, as tribos de índios são muitas vezes confundidas com as tribos de caboclinhos. Uma das características marcantes da diferença é a não utilização das preacas pelas tribos de indios, comuns aos caboclinhos, e o figurino mais simples. Pintam os rostos de vermelho, com cocares de penas de garça, de ema ou de galinha, usam pequenos escudos, e o conjunto tem uma coreografia variada, com um número de quatro a nove danças para cada tribo, sempre acompanhada por um conjunto de músicos formados por duas gaitas, dois ganzás e três surdos. Entre os mais tradicionais estão os Paranaguases, Tupy-Guarany, Tupy Papo Amarelo, Tapajós.


Maracatu de baque virado (Foto: Divulgação / Prefeitura do Recife)Rei e Rainha encerram cortejo do maracatu.
(Foto: Divulgação / Prefeitura do Recife)
Maracatu de Baque Virado
Fortemente ligados às religiões afro-brasileiras, em especial o Candomblé e a Jurema, os grupos de maracatu nação mais “tradicionais” têm estreitas relações com os orixás e outras entidades. Na rua, as nações de maracatu se apresentam com uma corte ricamente trajada com sedas, veludos, bordados e pedrarias, acompanhadas de instrumentos de percussão, como a alfaia (tambores feitos de madeira). Quem comanda o batuque ou baque, como é conhecido, é o Mestre de Apito, que conduz na hora certa cada batida e toada.
O cortejo começa com um porta-estandarte, seguido pela Dama-do-Paço, pessoa preparada para conduzir a calunga, que é um ícone sagrado. As damas da frente, as baianas ou Catirinas, o vassalo (que abana o casal real), o balé de escravos com instrumentos de trabalho (faca, foices, pás, etc.) e as damas de honra (geralmente duas crianças que mantêm sempre suspensas as capas do Rei e da Rainha), fazem parte da apresentação. O cortejo encerra-se com a chegada do rei e da rainha, que desfilam ricamente trajados, ostentando uma espada e um cetro e protegidos por um grande guarda-sol colorido, o pálio, carregado por um escravo. O Maracatu Nação Pernambuco, Nação de Maracatu Cambinda Estrela, Maracatu Nação Leão da Campina, Maracatu de Baque Virado Leão Coroado  de Olinda e Maracatu Nação Estrela Brilhante estão estre os que se destacam no carnaval.


Cabloclo de lança é figura emblemática do Maracatu Rural (Foto: Divulgação / Prefeitura de Olinda)Cabloclo de lança é figura emblemática
(Foto: Divulgação / Prefeitura de Olinda)
Maracatu de Baque Solto
Também conhecido como maracatu rural, tem uma grande ligação com as culturas afro-indígenas. O maracatu de baque solto traz uma fusão de vários folguedos populares existentes no interior de Pernambuco, como reisado, pastoril, cavalo-marinho, bumba-meu-boi e caboclinhos. A música é comandada pelo mestre, que trabalha improvisando versos e loas, acompanhado por instrumentos como de percurso e também de sopro.
Uma das figuras mais emblemáticas é o caboclo de lança, figura que veste gola bordada com materiais reluzentes, que formam desenhos. Carrega também uma estrutura de madeira coberta de lã, na qual são presos os chocalhos, que fazem barulho enquanto os caboclos andam, e na mão uma longa lança de madeira, além de uma enorme cabeleira com tiras de papel colorido na cabeça . O rosto pintado, geralmente de urucum, os óculos escuros, o cravo branco na boca e a fisionomia carrancuda fazem do caboclo uma figura jamais vista em outras manifestações culturais do nosso folclore. O caboclo que não usa lança é o Arreimá, que traz um machado mãos e um grande cocar de penas na cabeça. Outros personagens que aparecem são Mateus, Catirina ou Catita, a Burrinha, o Babau e as baianas, além da corte real, com rei, rainha e outras figuras que se assemelham ao maracatu de baque virado. O Maracatu Piaba de Ouro, o Maracatu Batuque Estrelado, o Maracatu Estrela de Ouro de Aliança e o Maracatu Cambidinha de Araçoaiaba estão entre os que se apresentam no carnaval pernambucano.
Típico do ciclo natalino, boi ganha coloridos próprios no carnaval. (Foto: Acervo: Casa do Carnaval)Típico do ciclo natalino, boi ganha colorido próprio
no carnaval. (Foto: Acervo Casa do Carnaval)
Bois de carnaval
O auto do bumba-meu-boi, presente no ciclo natalino, se transforma e integra as festas de carnaval. Com um colorido e coreografia própria para os dias de folia, os bois vêm acompanhados de outras figuras do ciclo natalino, como as burras, Calus, Mateus, Catirina, Sebastião, Mané Pequenino e Babau, que ganham as ruas sob o comando do capitão, no seu cavalo marinho. Abrindo o desfile, os bois normalmente trazem estandartes ou faixas com uma mensagem ou com um tema, mas não são itens obrigatórios. A ordem de apresentação dos personagens varia de grupo para grupo. Diferentemente do Bumba-meu-boi, o Boi de Carnaval traz para a avenida apenas um cortejo dos personagens. Alguns encenam a morte e ressurreição do boi, com a interação dos demais personagens.
A orquestra é formada por bombo, gaita, gonguê, surdo, tarol, estandarte, diretoria, tirador de loas, entre outros componentes. Entre os mais tradicionais estão o Boi Misterioso, da Cara Preta, Teimoso, Estrela e Manhoso.
O Urso vem sempre acompanhado do caçador. (Foto: Divulgação / Prefeitura do Recife)O Urso vem sempre acompanhado do caçador.
(Foto: Divulgação / Prefeitura do Recife)
La ursas ou ursos
La Ursa ou o urso do carnaval tem origem nos ciganos da Europa que percorriam a cidade com seus animais, presos numa corrente, que dançavam de porta em porta em troca de algumas moedas, ao som da ordem: "dança la ursa!". A figura central é o urso, um homem vestindo um velho macacão coberto de estopa, veludo, pelúcia ou agave com sua máscara de papel machê pintada de cores variadas, preso por uma corda na cintura. Segurado pelo domador, a figura dança para alegria de todos ao som de toadas do próprio grupo ou sucessos das paradas carnavalescas, podendo variar para o baião, forró, xote e até polca.
A Orquestra do urso de carnaval é geralmente formada por sanfona, triângulo, bombo, reco-reco, ganzá e pandeiro. O conjunto traz por vezes, além do domador, do urso e da orquestra, o tesoureiro (com sua pasta de arrecadar dinheiro), porta-cartaz ou porta-estandarte, balizas e outros elementos que lá estão só para brincar o carnaval. Entre os mais tradicionais estão o Urso Polar de Areias, Preto da Pitangueira, Texaco, Branco da Mustardinha, Popular da Boa Vista e Minerva.

Afoxé Omô Nilê Ogunjá (Foto: Acervo: Casa do Carnaval)Afoxé Omô Nilê Ogunjá (Foto: Acervo Casa do
Carnaval)
Afoxés
É uma expressão artístico-religiosa com forte definição estética ligada às nações africanas, caracterizadas por um caráter religioso e de manutenção de valores. A presidência e diretoria geralmente são compostas por um babalorixá ou ialorixá e por algumas pessoas com cargos significativos dentro da hierarquia dos terreiros, o que não impede agregar pessoas que não façam parte da religião dos orixás. Suas sedes, na maioria das vezes, funcionam no interior dos terreiros de Candomblé.
A ligação dos grupos com a religião também se traduz nas cores que levam às ruas. A organização de um afoxé é caracterizada pela figura do bandeirista, que abre o cortejo e apresenta a bandeira da nação; uma criança conduz o babalotin (símbolo sagrado do afoxé, também podendo ser carregado por uma mulher grávida); o corpo de bailarinos, ricamente ornamentados com panos-da-costa, fios de conta e torso nas cores do orixá patrono, é seguido da diretoria e da sua percussão.
As músicas cantadas pelos grupos misturampalavras em iorubá, língua africana, e português, e retratam aspectos religiosos e/ou reforçam a origem étnica das diferentes nações. Entre os grupos de afoxés atuantes no estado estão o Ilé de África, Afoxé Alafin Oyó e Ilê de Egbá.
Gigantes do Samba, no carnaval do Recife. (Foto: Divulgação / Prefeitura do Recife)Gigantes do Samba, no carnaval do Recife.
(Foto: Divulgação / Prefeitura do Recife)
Escolas de samba
Se assemelham às encontradas em outros lugares do Brasil, apresentando a mesma estrutura de carros alegóricos e alas. Em Pernambuco, tem também influência do frevo, do maracatu e da capoeira em sua música, instrumental e coreografias. Entre as mais conhecidas estão Galeria do Ritmo, Gigantes do Samba, Deixa Falar e Unidos de São Carlos.

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