sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

Bloco, troça, urso, maracatu... Saiba quem é quem no carnaval de PE

Katherine Coutinho Do G1 PE

Falar em carnaval faz a maioria das pessoas pensar logo em escola de samba, bloco de rua ou trios elétricos. Em Pernambuco, o carnaval é marcado também pelos clubes de frevo, troças, blocos líricos, clubes de boneco, ursos, bois, maracatus, que pode ser de baque solto ou de baque virado, e tantas outras manifestações. São tantas modalidades que algumas pessoas até se confundem. Afinal, qual a diferença entre tribo de índio e caboclinho? E entre os diferentes maracatus?
Até mesmo a população pernambucana se confunde. “A gente fez uma cartilha para auxiliar o folião e os turistas”, conta Mario Ribeiro, pesquisador de cultura da Casa do Carnaval do Recife. As diferenças não são difíceis, basta ter um pouco de atenção. “O carnaval pernambucano é muito visual. Os caboclinhos têm as fantasias cheias de penas, grandiosas, enquanto as tribos de índios são mais simples”, explica o pesquisador Paulinho Mafe, também da Casa do Carnaval.
Outra dica são os horários em que as agremiações desfilam. “Troças, bois e ursos desfilam durante o dia, no máximo até as 19h”, avisa Mafe. Confira o guia que o G1 preparou para você não se perder na folia de ritmos e cores do carnaval pernambucano.


Galo da Madrugada é um dos mais tradicionais clubes de frevo. (Foto: Divulgação / Prefeitura do Recife)Galo da Madrugada reúne milhares de pessoas.

Clube de frevo
Os primeiros clubes de frevo surgiram no final do século 18, com as comemorações festivas realizadas pelos grupos de trabalhadores urbanos, geralmente da mesma profissão. Cada clube costuma ter o seu próprio repertório, levando para a avenida uma orquestra composta por saxofones, clarinetes, pistões, trombones, tubas, taróis, surdos e bombardinos. A musica é sempre o tradicional frevo de rua.
Os clubes se apresentam, geralmente, com faixa ou abre-alas, diretoria, balizas-puxantes, damas-de- frente, destaques, cordões, porta-estandarte vestidos à Luiz XV, passistas, orquestra e, em alguns casos, carros alegóricos. O Clube de Máscaras Galo da Madrugada, que sai no sábado de Zé Pereira pelas ruas do Recife, é um dos mais conhecidos. Entres os clubes mais tradicionais estão Lenhadores e o Vassourinhas de Olinda.                                                                        

                                                                            
Pitombeira dos Quatro Cantos (Foto: Divulgação / Prefeitura de Olinda)
T.C. Pitombeira dos Quatro Cantos
(Foto: Divulgação / Prefeitura de Olinda)

Troça
As troças carnavalescas são originalmente pequenas agremiações que se parecem com os clubes de frevo, mas costumam ser menores e mais simples. Saem pela manhã ou à tarde, tendo o improviso, a descontração e a irreverência como marcas. A palavra “troça” vem do verbo “troçar” que significa “ridicularizar”, “escarnecer”, “zombar de”. O surgimento de uma troça está quase sempre ligado a uma história pitoresca, uma brincadeira nascida de uma reunião entre amigos. O termo “mista”, originalmente, significa que é formada por homens e mulheres.
Na rua, a organização de uma troça no momento de sua apresentação obedece à seguinte seqüência: a diretoria, seguindo-se da comissão de frente, cordões, damas, passistas, fantasias de destaques, porta-estandarte e uma orquestra de metais, que encerra o desfile. Entre as mais antigas e tradicionais ainda em atividade estão T.C.M. (Troça Carnavalesca Mista) Cachorro do Homem do Miúdo, T.C.M Tô Chegando Agora; T.C. A Mãe é Minha ; T.C.M Quem Fala de Nós Não Sabe o Que Diz, T.C. Pitombeira dos Quatro Cantos e Grêmio Lítero Recreativo Cultural Misto Carnavalesco Eu Acho É Pouco. O Elefante, de Olinda, apesar de se parecer mais com um clube de frevo, mantém o nome de Troça Carnavalesca, devido às suas origens.



08/01/2012 17h10 - Atualizado em 10/01/2012 08h40

Bloco, troça, urso, maracatu... Saiba quem é quem no carnaval de PE

Ruas são tomadas por bois, clubes, caboclinho e outras manifestações.
Katherine Coutinho Do G1 PE

5 comentários
Falar em carnaval faz a maioria das pessoas pensar logo em escola de samba, bloco de rua ou trios elétricos. Em Pernambuco, o carnaval é marcado também pelos clubes de frevo, troças, blocos líricos, clubes de boneco, ursos, bois, maracatus, que pode ser de baque solto ou de baque virado, e tantas outras manifestações. São tantas modalidades que algumas pessoas até se confundem. Afinal, qual a diferença entre tribo de índio e caboclinho? E entre os diferentes maracatus?
Até mesmo a população pernambucana se confunde. “A gente fez uma cartilha para auxiliar o folião e os turistas”, conta Mario Ribeiro, pesquisador de cultura da Casa do Carnaval do Recife. As diferenças não são difíceis, basta ter um pouco de atenção. “O carnaval pernambucano é muito visual. Os caboclinhos têm as fantasias cheias de penas, grandiosas, enquanto as tribos de índios são mais simples”, explica o pesquisador Paulinho Mafe, também da Casa do Carnaval.
Outra dica são os horários em que as agremiações desfilam. “Troças, bois e ursos desfilam durante o dia, no máximo até as 19h”, avisa Mafe. Confira o guia que o G1 preparou para você não se perder na folia de ritmos e cores do carnaval pernambucano.
Galo da Madrugada é um dos mais tradicionais clubes de frevo. (Foto: Divulgação / Prefeitura do Recife)Galo da Madrugada reúne milhares de pessoas.
(Foto: Divulgação / Prefeitura do Recife)
Clube de frevo
Os primeiros clubes de frevo surgiram no final do século 18, com as comemorações festivas realizadas pelos grupos de trabalhadores urbanos, geralmente da mesma profissão. Cada clube costuma ter o seu próprio repertório, levando para a avenida uma orquestra composta por saxofones, clarinetes, pistões, trombones, tubas, taróis, surdos e bombardinos. A musica é sempre o tradicional frevo de rua.
Os clubes se apresentam, geralmente, com faixa ou abre-alas, diretoria, balizas-puxantes, damas-de- frente, destaques, cordões, porta-estandarte vestidos à Luiz XV, passistas, orquestra e, em alguns casos, carros alegóricos. O Clube de Máscaras Galo da Madrugada, que sai no sábado de Zé Pereira pelas ruas do Recife, é um dos mais conhecidos. Entres os clubes mais tradicionais estão Lenhadores e o Vassourinhas de Olinda.
Pitombeira dos Quatro Cantos (Foto: Divulgação / Prefeitura de Olinda)T.C. Pitombeira dos Quatro Cantos
(Foto: Divulgação / Prefeitura de Olinda)
Troça
As troças carnavalescas são originalmente pequenas agremiações que se parecem com os clubes de frevo, mas costumam ser menores e mais simples. Saem pela manhã ou à tarde, tendo o improviso, a descontração e a irreverência como marcas. A palavra “troça” vem do verbo “troçar” que significa “ridicularizar”, “escarnecer”, “zombar de”. O surgimento de uma troça está quase sempre ligado a uma história pitoresca, uma brincadeira nascida de uma reunião entre amigos. O termo “mista”, originalmente, significa que é formada por homens e mulheres.
Na rua, a organização de uma troça no momento de sua apresentação obedece à seguinte seqüência: a diretoria, seguindo-se da comissão de frente, cordões, damas, passistas, fantasias de destaques, porta-estandarte e uma orquestra de metais, que encerra o desfile. Entre as mais antigas e tradicionais ainda em atividade estão T.C.M. (Troça Carnavalesca Mista) Cachorro do Homem do Miúdo, T.C.M Tô Chegando Agora; T.C. A Mãe é Minha ; T.C.M Quem Fala de Nós Não Sabe o Que Diz, T.C. Pitombeira dos Quatro Cantos e Grêmio Lítero Recreativo Cultural Misto Carnavalesco Eu Acho É Pouco. O Elefante, de Olinda, apesar de se parecer mais com um clube de frevo, mantém o nome de Troça Carnavalesca, devido às suas origens.
Confete e Serpetina (Foto: Divulgação / Prefeitura do Recife)Confete e Serpetina.
(Foto: Divulgação / Prefeitura do Recife)
Bloco de Pau e Corda
São também conhecidos como blocos líricos. O nome Pau e Corda é uma referência à orquestra que acompanha o bloco. Os encontros organizados pelos blocos líricos para ensaiarem suas marchas são comumente conhecidos como acertos de marchas. Diferentemente da maioria das agremiações carnavalescas que tem o estandarte como abre-alas, no Bloco de Pau e Corda, o desfile é aberto pelo flabelo, alegoria de mão que traz o nome, a data de fundação e o símbolo da agremiação.
Na rua, desfilam obedecendo a uma estrutura rígida, com o flabelo à frente, a diretoria (fantasiadas, geralmente, de acordo com o tema ou com as cores do bloco), as damas de frente; seguindo-se das fantasias de destaque, os abajures e os cordões. Para fechar, vem o coral de vozes feminina, cantando canções que quase sempre evocam antigos carnavais e prestam homenagens a ícones da cultura pernambucana, e a orquestra de pau e corda. Entre os mais conhecidos estão o Bloco da Saudade, o Bloco das Flores, Flor da Lira do Recife, Madeira do Rosarinho e Batutas de São José.
O Homem da Meia-noite (Foto: Divulgação / Prefeitura de Olinda)O Homem da Meia-noite.
(Foto: Divulgação / Prefeitura de Olinda)
Clube de boneco
A tradição dos bonecos gigantes é mais comum em Olinda, onde acontece a “Corrida dos Bonecos Gigantes” e também o encontro mais tradicional. Ao contrário dos clubes, blocos e troças que possuem estandartes, a figura alegórica é o boneco, que pode ser feito em papel machê, fibra ou tecido e costuma pesar cerca de 35 quilos. Alguns chegam a ter mais de 3,5 metros.
Em alguns clubes, os bonecos são considerados ‘calungas’ pelos carnavalescos, carregados de um forte fundamento religioso. Por isso, os que carregam os bonecos passam por diversos cuidados espirituais. O mais conhecido clube de boneco é o do calunga Homem da Meia-Noite, que completa 80 anos em 2012. A Mulher do Dia e o Comelão também são bonecos tradicionais do carnaval pernambucano.
Os grupos de caboclinhos se destacam pelos cocares de pena e preacas. (Foto: Acervo Casa do Carnaval)Os grupos de caboclinhos se destacam pelos
cocares de pena. (Foto: Acervo Casa do Carnaval)
Caboclinhos
Grupo formado por homens e mulheres, trajando cocares de penas de avestruz e pavão, com saias também de penas. Trazem adereços nos braços, tornozelos e colares, também em penas. Desfilam em duas filas fazendo evoluções das mais ricas ao som dos estalidos secos das preacas (espécie de arco e flecha), abaixando-se e levantando-se com agilidade, como se tivessem molas nas pernas, ao mesmo tempo que rodopiam apoiando-se nas pontas dos pés e calcanhares.
O grupo formado pelo cacique, mãe-da-tribo, pajé, matruá, capitão, tenente, porta-estandarte, perós (meninos e meninas), caboclos-de-baque, cordão de caboclos e cordão de caboclas, os músicos geralmente são em número de quatro. O conjunto é formado pela inúbia (um pequeno flautim de taquara), caracaxás ou mineiros, tarol e surdo. São parecidos com as Tribos de Índios, mas se destacam pelas roupas e cocares que chamam mais a atenção. Entre os grupos mais conhecidos estão os Caboclinhos Canindés, Carijós , Taperaguases, Caboclo Tupy, Caboclinhos Tabajaras e Tapirapés.
Tribos de índio tem figurino mais simples. (Foto: Acervo: Casa do Carnaval)Tribos de índio têm figurino mais simples.
(Foto: Acervo Casa do Carnaval)
Tribo de índio
É um folguedo originário da Paraíba e que hoje alcança um grande número de simpatizantes no carnaval do Recife. Nas Tribos de Índios, os organizadores são denominados mestres e quase sempre são seguidores de cultos indígenas como a Pajelança, sendo da linha do Catimbó, dão um toque místico ao folguedo onde, segundo eles, desfilam por vezes "atuados" (incorporados) pelos espíritos dos caboclos.
Dispostos em duas filas, com índias de um lado e índios do outro, as primeiras portando machadinhas e os segundos portando pequenas lanças, as tribos de índios são muitas vezes confundidas com as tribos de caboclinhos. Uma das características marcantes da diferença é a não utilização das preacas pelas tribos de indios, comuns aos caboclinhos, e o figurino mais simples. Pintam os rostos de vermelho, com cocares de penas de garça, de ema ou de galinha, usam pequenos escudos, e o conjunto tem uma coreografia variada, com um número de quatro a nove danças para cada tribo, sempre acompanhada por um conjunto de músicos formados por duas gaitas, dois ganzás e três surdos. Entre os mais tradicionais estão os Paranaguases, Tupy-Guarany, Tupy Papo Amarelo, Tapajós.


Maracatu de baque virado (Foto: Divulgação / Prefeitura do Recife)Rei e Rainha encerram cortejo do maracatu.
(Foto: Divulgação / Prefeitura do Recife)
Maracatu de Baque Virado
Fortemente ligados às religiões afro-brasileiras, em especial o Candomblé e a Jurema, os grupos de maracatu nação mais “tradicionais” têm estreitas relações com os orixás e outras entidades. Na rua, as nações de maracatu se apresentam com uma corte ricamente trajada com sedas, veludos, bordados e pedrarias, acompanhadas de instrumentos de percussão, como a alfaia (tambores feitos de madeira). Quem comanda o batuque ou baque, como é conhecido, é o Mestre de Apito, que conduz na hora certa cada batida e toada.
O cortejo começa com um porta-estandarte, seguido pela Dama-do-Paço, pessoa preparada para conduzir a calunga, que é um ícone sagrado. As damas da frente, as baianas ou Catirinas, o vassalo (que abana o casal real), o balé de escravos com instrumentos de trabalho (faca, foices, pás, etc.) e as damas de honra (geralmente duas crianças que mantêm sempre suspensas as capas do Rei e da Rainha), fazem parte da apresentação. O cortejo encerra-se com a chegada do rei e da rainha, que desfilam ricamente trajados, ostentando uma espada e um cetro e protegidos por um grande guarda-sol colorido, o pálio, carregado por um escravo. O Maracatu Nação Pernambuco, Nação de Maracatu Cambinda Estrela, Maracatu Nação Leão da Campina, Maracatu de Baque Virado Leão Coroado  de Olinda e Maracatu Nação Estrela Brilhante estão estre os que se destacam no carnaval.


Cabloclo de lança é figura emblemática do Maracatu Rural (Foto: Divulgação / Prefeitura de Olinda)Cabloclo de lança é figura emblemática
(Foto: Divulgação / Prefeitura de Olinda)
Maracatu de Baque Solto
Também conhecido como maracatu rural, tem uma grande ligação com as culturas afro-indígenas. O maracatu de baque solto traz uma fusão de vários folguedos populares existentes no interior de Pernambuco, como reisado, pastoril, cavalo-marinho, bumba-meu-boi e caboclinhos. A música é comandada pelo mestre, que trabalha improvisando versos e loas, acompanhado por instrumentos como de percurso e também de sopro.
Uma das figuras mais emblemáticas é o caboclo de lança, figura que veste gola bordada com materiais reluzentes, que formam desenhos. Carrega também uma estrutura de madeira coberta de lã, na qual são presos os chocalhos, que fazem barulho enquanto os caboclos andam, e na mão uma longa lança de madeira, além de uma enorme cabeleira com tiras de papel colorido na cabeça . O rosto pintado, geralmente de urucum, os óculos escuros, o cravo branco na boca e a fisionomia carrancuda fazem do caboclo uma figura jamais vista em outras manifestações culturais do nosso folclore. O caboclo que não usa lança é o Arreimá, que traz um machado mãos e um grande cocar de penas na cabeça. Outros personagens que aparecem são Mateus, Catirina ou Catita, a Burrinha, o Babau e as baianas, além da corte real, com rei, rainha e outras figuras que se assemelham ao maracatu de baque virado. O Maracatu Piaba de Ouro, o Maracatu Batuque Estrelado, o Maracatu Estrela de Ouro de Aliança e o Maracatu Cambidinha de Araçoaiaba estão entre os que se apresentam no carnaval pernambucano.
Típico do ciclo natalino, boi ganha coloridos próprios no carnaval. (Foto: Acervo: Casa do Carnaval)Típico do ciclo natalino, boi ganha colorido próprio
no carnaval. (Foto: Acervo Casa do Carnaval)
Bois de carnaval
O auto do bumba-meu-boi, presente no ciclo natalino, se transforma e integra as festas de carnaval. Com um colorido e coreografia própria para os dias de folia, os bois vêm acompanhados de outras figuras do ciclo natalino, como as burras, Calus, Mateus, Catirina, Sebastião, Mané Pequenino e Babau, que ganham as ruas sob o comando do capitão, no seu cavalo marinho. Abrindo o desfile, os bois normalmente trazem estandartes ou faixas com uma mensagem ou com um tema, mas não são itens obrigatórios. A ordem de apresentação dos personagens varia de grupo para grupo. Diferentemente do Bumba-meu-boi, o Boi de Carnaval traz para a avenida apenas um cortejo dos personagens. Alguns encenam a morte e ressurreição do boi, com a interação dos demais personagens.
A orquestra é formada por bombo, gaita, gonguê, surdo, tarol, estandarte, diretoria, tirador de loas, entre outros componentes. Entre os mais tradicionais estão o Boi Misterioso, da Cara Preta, Teimoso, Estrela e Manhoso.
O Urso vem sempre acompanhado do caçador. (Foto: Divulgação / Prefeitura do Recife)O Urso vem sempre acompanhado do caçador.
(Foto: Divulgação / Prefeitura do Recife)
La ursas ou ursos
La Ursa ou o urso do carnaval tem origem nos ciganos da Europa que percorriam a cidade com seus animais, presos numa corrente, que dançavam de porta em porta em troca de algumas moedas, ao som da ordem: "dança la ursa!". A figura central é o urso, um homem vestindo um velho macacão coberto de estopa, veludo, pelúcia ou agave com sua máscara de papel machê pintada de cores variadas, preso por uma corda na cintura. Segurado pelo domador, a figura dança para alegria de todos ao som de toadas do próprio grupo ou sucessos das paradas carnavalescas, podendo variar para o baião, forró, xote e até polca.
A Orquestra do urso de carnaval é geralmente formada por sanfona, triângulo, bombo, reco-reco, ganzá e pandeiro. O conjunto traz por vezes, além do domador, do urso e da orquestra, o tesoureiro (com sua pasta de arrecadar dinheiro), porta-cartaz ou porta-estandarte, balizas e outros elementos que lá estão só para brincar o carnaval. Entre os mais tradicionais estão o Urso Polar de Areias, Preto da Pitangueira, Texaco, Branco da Mustardinha, Popular da Boa Vista e Minerva.

Afoxé Omô Nilê Ogunjá (Foto: Acervo: Casa do Carnaval)Afoxé Omô Nilê Ogunjá (Foto: Acervo Casa do
Carnaval)
Afoxés
É uma expressão artístico-religiosa com forte definição estética ligada às nações africanas, caracterizadas por um caráter religioso e de manutenção de valores. A presidência e diretoria geralmente são compostas por um babalorixá ou ialorixá e por algumas pessoas com cargos significativos dentro da hierarquia dos terreiros, o que não impede agregar pessoas que não façam parte da religião dos orixás. Suas sedes, na maioria das vezes, funcionam no interior dos terreiros de Candomblé.
A ligação dos grupos com a religião também se traduz nas cores que levam às ruas. A organização de um afoxé é caracterizada pela figura do bandeirista, que abre o cortejo e apresenta a bandeira da nação; uma criança conduz o babalotin (símbolo sagrado do afoxé, também podendo ser carregado por uma mulher grávida); o corpo de bailarinos, ricamente ornamentados com panos-da-costa, fios de conta e torso nas cores do orixá patrono, é seguido da diretoria e da sua percussão.
As músicas cantadas pelos grupos misturampalavras em iorubá, língua africana, e português, e retratam aspectos religiosos e/ou reforçam a origem étnica das diferentes nações. Entre os grupos de afoxés atuantes no estado estão o Ilé de África, Afoxé Alafin Oyó e Ilê de Egbá.
Gigantes do Samba, no carnaval do Recife. (Foto: Divulgação / Prefeitura do Recife)Gigantes do Samba, no carnaval do Recife.
(Foto: Divulgação / Prefeitura do Recife)
Escolas de samba
Se assemelham às encontradas em outros lugares do Brasil, apresentando a mesma estrutura de carros alegóricos e alas. Em Pernambuco, tem também influência do frevo, do maracatu e da capoeira em sua música, instrumental e coreografias. Entre as mais conhecidas estão Galeria do Ritmo, Gigantes do Samba, Deixa Falar e Unidos de São Carlos.

Confira a programação do carnaval 2012 do Recife

Confira a programação do carnaval 2012 do Recife

Seu Jorge, Lulu Santos e Ney Matogrosso estão na programação.
Africana Angelique Kidjo e grupo inglês Stomp participam da abertura.

                                                                              
Lulu Santos vem pela primeira vez ao carnaval do Recife. (Foto: Divulgação / Prefeitura do Recife)   
Lulu Santos vem pela primeira vez ao carnaval do
Recife. (Foto: Divulgação / Prefeitura do Recife) 
 
A Prefeitura do Recife anunciou nesta quinta-feira (19) a programação oficial do carnaval 2012. Seu Jorge, Beth Carvalho, Lulu Santos, Ney Matogrosso, Fundo de Quintal, Lenine, Nação Zumbi, Elba Ramalho, além do homenageado deste ano, Alceu Valença, fazem parte das atrações que passam pelo palco principal, montado no Marco Zero.
A abertura do carnaval acontece na sexta, 17 de fevereiro, e como já é tradição, fica com Naná Vasconcelos, que comanda dez nações de maracatu no Marco Zero, no Bairro do Recife. Os convidados especiais da apresentação são a cantora africana Angelique Kidjo e o grupo inglês Stomp. "O nosso maracatu veio da África, e agora é a hora de trazer a África até nós", afirma André Brasileiro, coordenador executivo do carnaval.

Grupo inglês Stomp divide palco com Naná Vasconcelos. (Foto: Divulgação / Prefeitura do Recife)
Grupo inglês Stomp divide palco com Naná
Vasconcelos. (Foto: Divulgação/Prefeitura do Recife)

A cultura afro e as batidas percussivas vão dividir o palco também com o grupo de mulheres pernambucanas Voz Nagô e com a Orquestra da Bomba do Hemetério, encontro comemorado por Naná. "É o encontro das modernas tradições. Eu sempre quis trazer alguém da África, é fantástico poder finalmente fazer esse encontro. Já estou trabalhando nos arranjos junto com o Maestro Forró. É uma grande responsabilidade", conta Naná.
A noite de abertura segue com a apresentação do homenageado Alceu Valença, que faz um show repleto de participações especiais, como Lenine, Otto, Seu Jorge, Ney Matogrosso, Criolo, Karina Buhr e Lirinha. "Escutar outras pessoas cantando a minha música é sempre uma surpresa, algumas não cantam como eu. Vai ser uma experiência interessante", explica Alceu.
No sábado de Zé Pereira, o Marco Zero recebe os shows de Lulu Santos, que vem pela primeira vez ao Recife, Claudionor Germano, Orquestra Contemporânea de Olinda com a cabo-verdiana Mayra Andradade, Lenine e Pedro Luís e a Parede. “Esse show de Claudionor vai ser especial, marca os 80 anos de folia desse ícone do frevo pernambucano”, defende o prefeito do Recife, João da Costa. Claudionor Germano faz 80 anos em abril deste ano.


Seu Jorge também vai estar no carnaval. (Foto: Divulgação / Prefeitura do Recife)
Seu Jorge também vai estar no carnaval.
(Foto: Divulgação / Prefeitura do Recife)
 
O domingo vai ser dia de samba, com Beth Carvalho e Fundo de Quintal. A segunda-feira fica por conta de Seu Jorge, da banda Eddie, com participação especial de Nasi, vocalista da banda Ira!, e da Nação Zumbi. O último dia de folia vai ter o projeto especial “Quatro Cantos”, com as vozes de Karynna Spinelli (PE), Fabiana Cozza (SP), Nilze Carvalho (RJ) e Gerlane Lops (PE). A cantora Elba Ramalho também agita a despedida da folia, que se encerra com o tradicional Orquestrão Multicultural do Recife, promovendo encontro de 150 músicos, maestros e intérpretes.
Além das atrações no Marco Zero, a festa se divide em 17 polos, sendo oito no Centro - Multicultural, Fantasias, Mangue, Todos os Ritmos, Afro, Todos os Frevos, Tradições, e Agremiações - e nove descentralizados, em Brasília Teimosa, Chão de Estrelas, Casa Amarela, Nova Descoberta, Alto José do Pinho, Várzea, Jardim São Paulo, Ibura e Bomba do Hemetério. Entre as atrações dos polos descentralizados estão Gaby Amarantos, Elba Ramalho, Fresno, Seu Jorge, Lenine, Nando Cordel, entre outros.

Os desfiles das agremiações tradicionais do carnaval pernambucano, como ursos, bois, blocos líricos e de bonecos, entre outros, também estão na programação oficial, distribuidos tanto pelos pólos centrais como descentralizados.

PROGRAMAÇÃO CARNAVAL 2012
Pólo Recife Multicultural (Marco Zero)
17/02 - SextaA Partir das 16h - Concentração do cortejo: Naná VasconceloS, Batuqueiros e Cortes das 10 Nações de Maracatu de Baque Virado: Aurora Africana/ Encanto do Pina/ Leão da Campina/ Oxum Mirim/ Raizes de Pai Adão/ Estrela Brilhante/ Porto Rico/ Cambinda Estrela/ Gato Preto/ Encanto da Alegria.
Maracatu B.S. Cruzeiro do forte
Afoxé Ara Odé
Roteiro: Rua da Moeda/ Rua Mariz e Barros/ Av. Marquês de Olinda/ Marco Zero

Rampa e Palco Multicultural
18h45 Afoxé Omo Nilê Ogunjá
19h Participação especial de Luciano Brayner
Caboclo Tupi / Tribo Indígena Tupã/ Tribo Tapirapé / Tribo Indígena União Sete Flexas De Goiana / Tribo Indígena Kapinawá
19h30 Chegada e apresentação do cortejo
Afoxé Ara Odé, Caboclos de Lança do Maracatu de Baque Solto Cruzeiro
Cerimônia de entrega das chaves ao Rei e Rainha do carnaval
500 batuqueiros de maracatu sob a regência de Naná Vasconcelos, com participação do Grupo Voz Nagô, Orquestra Popular da Bomba do Hemetério, Stomp e Angelique Kidjo.
20h50 Orquestra Popular da Bomba do Hemetério e passistas da Escola Municipal de Frevo
22h30 Homenagem a Alceu Valença, com participação de Ney Matogrosso, Seu Jorge, Lenine, Lirinha, Otto, Karina Buhr e Criolo
18/02- Sábado
Desfile de agremiações
Roteiro: Rua da Moeda/ Rua Mariz e Barros/ Av. Marques de Olinda/ Marco Zero.
Desfile Das Agremiações Vice-Campeãs 2010 Do Grupo Especial
17h40 Troça Carnavalesca Acorda Beberibe
18h Clube de Boneco O Menino do Pátio de São Pedro
18h20 Caboclinhos Kapinawá
18h40 Clube Carnavalesco Bola de Ouro
19h Urso do Vizinho
19h20 Tribo Indío Tupiniquins
19h40 Boi Estrela
20h Bloco Carnavalesco Banhistas do Pina
20h20 Maracatu de Baque Virado Estrela Brilhante do Recife
20h40 Maracatu de Baque Solto Pavão Dourado de Tracunhaém
21h G.R.E.S. Galeria do Ritmo
Palco
20h30 Orquestra Popular do Recife e Claudionor Germano
22h Orquestra Contemporânea de Olinda com participação especial de Mayra Andrade
23h30 Lulu Santos
1h Lenine com participação especial de Pedro Luiz e a Parede
19/02- DomingoDesfile de agremiações
A Partir das 17h - peleja da "cobra" contra o "dragão" e o "boi", com Antúlio Madureira e a Orquestra Perré Bumba
Cia Forrobodó de Dança (A Cobra), Troça Carnavalesca "Eu Acho É Pouco" (O Dragão), o Boi Da Macuca (O Boi)
Encontro de Maracatus de Baque Solto
Roteiro: Rua da Alfândega/ Av. Marques de Olinda/ Marco Zero.
19h Carneiro Manso de Glóría de Goitá
19h15 Beija Flor de Aliança
19h30 Leão Formoso de Tracunhaem
19h45 Piaba de Ouro de Olinda
20h Leão de Ouro de Condado
20h15 Leão Vencedor de Carpina
20h30 Aguia Dourada de Glória de Goitá
20h45 Cambinda Brasileira de Nazaré da Mata
21h Estrela de Ouro de Aliança
Palco
21h Orquestra do Maestro Duda
22h30 4 Cantos
0h Beth Carvalho
1h30 Fundo de Quintal

20/02- Segunda-FeiraDesfile de agremiações
Encontro de blocos de Pau e Corda
Roteiro: Rua da Alfândega/ Av. Marques de Olinda/ Marco Zero.
16h45 Bloco Esperança de Campo Grande
17h Bloco das Ilusões
17h15 Bloco Carnavalesco Misto Com Você no Coração
17h30 Bloco Carnavalesco Misto Madeira do Rosarinho
17h45 Bloco Confete e Serpentina
18h Bloco Carnavalesco Cordas e Retalhos
18h15 Bloco Menestréis do Paulista
18h30 Bloco Flor do Eucalipto
18h45 Bloco das Flores
19h Um Bloco em Poesia
19h15 Bloco O Bonde
19h30 Bloco Carnavalesco Misto Flor da Lira do Recife
19h45 Bloco Flor da Lira de Olinda
20h Bloco Carnavalesco Misto Pierrot de São José
Bloco Flabelo Encantado
20h15 Homenagem a Leda Alves - Coral Edgard Moraes e Maestro Marco César
20h45 Bloco Carnavalesco Misto Banhistas do Pina
21h Bloco Carnavalesco Misto Batutas de São José
21h15 Bloco Eu Quero Mais e coral Infantil
21h45 Bloco da Saudade
Palco
22h Orquestra e passistas do Balé Popular do Recife
23h30 Eddie com participação especial de Nasi
1h Seu Jorge
2h30 Nação Zumbi
21/03 - Terça-FeiraDesfile de agremiações
Desfile das campeãs do grupo especial
Roteiro: Rua da Alfândega/ Av. Marques de Olinda/ Marco Zero.
17h40 Troça Carnavalesca Mista Abanadores do Arruda
18h Clube de Boneco Seu Malaquias
18h20 Tribo de Índios Tupiniquinins
18h40 Clube Carnavalesco Das Pas douradas
19h Urso Cangaça de Agua Fria
19h20 Caboclo Tupi
19h40 Boi Faceiro
20h Bloco Carnavalesco Misto Madeira do Rosarinho
20h20 Maracatu de Baque Virado Porto Rico
20h40 Maracatu de Baque Solto Cruzeiro do Forte
21h G.R.E.S. Gigante do Samba
Palco
21h Spokfrevo Orquestra com participação especial de Mr. Bob Mintzer e Russell
22h30 Elba Ramalho
0h Alceu Valença
2h Apoteose com a Grande Orquestra Multicultural do Recife sob a regência do Maestro Spok com a participação dos Maestros Ademir Araújo, Clóvis Pereira, Duda, Edson Rodrigues, Zé Menezes, Nunes, Forró , Fábio César, Lurdinha Nóbrega, Carmem Lúcia e Guedes Peixoto
3h Arrastão do frevo: Av. Marquês de Olinda/ Rua Maria César/Rua da Guia/Praça do Arsenal/Rua do Bom Jesus/Av. Rio Branco / Marco Zero.